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quarta-feira, 21 de junho de 2017

Arquinimigo - por Agente Eleven

O universo funciona como uma delicada balança. O equilíbrio está em tudo. Dia noite, luz e sombra, chuva e estio. Amor e ódio. Cada uma destas forças precisa da outra para existir. É o contraste que dá razão a cada uma delas. Sem uma delas, sem dos lados, a balança desequilibra.
Eu sou um super-herói. Visto meu uniforme e me movimento pelas sombras para manter esta cidade segura. Gosto do que faço. E como todo super-herói eu tenho meu arquinimigo . Aquele cuja existência contrasta com a minha. Eu poderia acabar com ele. Então por que não acabo. Por que esse eterno jogo de gato e rato? Será aí me tornei dependente dele?
Ali está ele cometendo mais um de seus crimes. Reconheceria aquela careca em qualquer lugar. Ali está meu nêmesis. É mais uma vez vamos nos confrontar. Ele se assusta com a minha investida. Digo a ele que nosso destino nos enfrentar vez após vez. Ele grita que sou louco que nunca me viu antes. Deve ser mais um de seus truques. Mas como tantos outros,  este não funcionar. Ataco ele com tudo. E então acontece.
Um golpe mais forte. Ele sendo lançado no ar e caindo no chão. Cabeça acertando com força o concreto. Sangue. Ele não se mexe.
Então é assim que acaba? Este é o fim do meu rival? Fim do jogo de gato e rato?
Sinto um vazio. Como se tivesse perdido o propósito da vida. Eu vivia para enfeentar meu arquinimigo. Eu era herói para ele ser vilão. E agora que não existe mais vilão o que será do herói? A balança desequilibrou. Algo tem que ser feito para restaura-la. Não pode haver desarmonia no universo. Me afasto do infeliz e fico o resto da noite pensando. Do alto de um prédio tento entender que aconteceu. O que sou? O que faz de mim um herói.
Após horas refletindo eu o avisto. Ali está ele. Meu arquinimigo. Meu rival. Acha que pode escapar de mim. Mas esta cabeleira roxa o destaca em meio a escuridão. Me lanço para o confronto. Gato e rato. Mocinho e bandido. Pois enquanto existir meu arquinimigo eu serei um herói. 

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