Era uma vez um espantalho. Ele ficava o dia inteiro parado no campo (pois todo mundo sabe que espantalhos não se mexem). Fazia sol, fazia chuva, fazia inverno, fazia verão e ele continuava ali sem poder se mover.
Um dia uma fada passeava pelo campo ( pois todo mundo sabe que fadas gostam de passear pelos campos) e viu a figura do espantalho.Ao vê-lo ali sem poder cruzar os braços ou fechar os olhos a fada ficou com pena.
- Pobre Sr. Espantalho. Preso neste campo sem poder se mexer. Sempre a mesma coisa, a mesma vista. Deve ser triste não?
Ela olhou para o espantalho e reparou que ele estava chorando. Claro que podia ser apenas o orvalho da manhã.
- Já sei. Vou te de dar vida. Você poderá se mover e correr pelos campos. Poderá conhecer outros lugares e pessoas. Poderá até mesmo se apaixonar.
E assim o fez. Com um encanto o Sr. Espantalho saltou da estaca que o prendia e logo estava dando pulos de alegria. Para ele era estranho estar alegre pois ele nunca havia se sentido assim antes. .
- Obrigado Dona Fada. Agora posso sair e conhecer o mundo.
E o Sr. Espantalho saiu em sua jornada. Aos poucos ele ia conhecendo novas sensações. Fome, frio, calor, sede, alegria.
Um dia ele encontrou uma bela garota. Sentiu então algo diferente. Não sabia explicar o que era. Algo que enchia seu peito e fazia seu coração bater mais forte. Ele apanhou uma flor no chão e foi na direção da garota.
- Olá.
- Oi. - disse a garota com pouco interesse.
- Eu...eu lhe trouxe uma presente. uma flor.
a garota então soltou um riso debochado.
- Até parece que uma garota como eu vai aceitar qualquer coisa de um...um espantalho. Volte para o campo de onde veio e continue a assustar as aves.
A garota virou-se e foi embora. O espantalho então ficou ali parado. Uma nova sensação tomou conta dele. Sentiu um aperto no peito, como se algo estivesse sido arrancado dali. Um tristeza tomou conta dele.
Os dias se passaram e o espantalho continuava triste. Sentado no alto de uma colina ele pensava em como a vida era mais simples quando ele estava no campo. Sem dor, apenas o sol e e chuva. Sentiu saudades daquele tempo e desejou voltar. Lágrimas escorriam em seu rosto. Ou talvez fosse apenas o orvalho da manhã.
( baseado livremente na música "Mr. Scarecrow" do Hebert Viana)
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