Maria se aproximou de sua amiga Ana que estava sentada em um dos balanços do parque. Sentou no balanço do lado sem dizer nada. Estava pensativa. A separação de seus pais havia mexido com a rotina da casa. E havia outro problema: Ana. Havia feito um descoberta sobre ela e não sabia como lidar com a situação. Aposbalguns instantes ouviu Ana dizer:
- Olá.
- Olá - respondeu Maria.
- O que há com você hoje, Maria? Está tão quieta? Posso te ajudar. Amiga é pra essas coisas.
Maria ficou calada ir um instante até finalmente falar:
- É exatamente isso. Somos amigas á um bom tempo mas estava tentando lembrar como nós conhecemos. E não consegui. Esta tudo confuso.
- Você está passando por problemas e isto está afetando você. Deve ser isso.
- Não é só isso. Falei de você pra minha mãe e ela disse que não lembra de você.
Ana olhou para a amiga com cara de desconfiada.
- O que está querendo dizer?
- Olha. Todos os momentos que lembro de nós duas juntas é assim: só nos duas. Como se…
Maria não conseguiu terminar a frase. Ficou olhando para Ana tentando perceber se ela havia entendido a mensagem. Ana não dizia mais nada. Um longo silêncio se estendeu até que Maria resolveu quebra-lo. - Ás vezes acontece. Eu estou passando por um momento difícil. E não tenho amigo a. Estava sozinha e precisava de alguém para conversar.
Após mais um momento de silêncio foi a vez de Ana se manifestar.
- Eu estava percebendo que havia algo errado. Sempre só nós duas. Eu só não queria aceitar.
- Eu sinto muito. Mas podemos continuar sendo amigas. Ainda preciso de você.
- Sim. Você precisa de mim. Afinal deve ser pra isso que eu te imaginei.
- Como assim me imaginou. Eu imaginei você.
- Não. Acho que está é a verdade, Maria. Você é minha amiga imaginária.
- Isso não faz sentido. Por que você me imaginária.
- Talvez pra eu cuidar de você. Como uma irmã. Criei alguém que precisasse de mim. Alguém com problemas e sem amigos. Alguém para quem eu fosse único consolo.
- Não. Isto está errado. Eu me lembro. Da minha casa. Meus pais.
- Até mesmo isso. Separação de pais. Não percebe que está situação é clichê?
- Não acredito nisso. Você é a amiga imaginária aqui. E tudo isso que você falou é apenas minha mente tentando me enganar.
As duas ficaram em silêncio outra vez sentadas no balanço. Um casal chegou ao parque com uma gato tinha. Estavam comprando um algodão doce quando a criança olhou na direção das meninas e falou algo para os pais dela. Logo o casal pediu mais dois algodões e entregou na mão da criança que foi na direção do balanço é ofereceu um pra cada uma.
- Olá posso brincar com vocês?
As duas olharam uma para a outra é sorriam aliviadas. A menina se sentou no balanço que restava e as três começaram a se balançar.
De longe o vendedor olhava para a garota que brincava sozinha no balanço segurando três algodões doces.