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sábado, 17 de dezembro de 2016

Um conto do Agente Eleven - por Agente Eleven

Eu sou o agente Eleven. Faço parte de uma organização secreta que lida com aliens, assombrações e coisas assim. Você deve achar que isso é um serviço bacana. E é. Pelo menos a maioria do tempo. Mas vez ou outra você acaba em uma situação bizarra que te faz pensar: Por que eu não tomei a pilula verde. Agora por exemplo, podia estar por ai curtindo uma balada como tantas outras pessoas comuns. Mas aqui estou com um bremuliano apontando uma arma pra minha cabeça e ameaçando estourar meus miolos. Como vim parar aqui?
Tudo começou na noite passada. Já estava no fim do expediente e eu estava exausto. Aquele caso dos Tamarianos tinha acabado comigo. Tudo que eu queria era sair dali e aproveitar a noite. Afinal, era sexta-feira, dia da maldade. Rezei para que não aparecesse nenhum caso nos minutos finais e quando o relógio deu 22:00 horas agradeci por minhas preces terem sido ouvidas ( seja lá por quem). Mas comemorei cedo demais. Abri a porta para sair e la estava ela. 
Deslumbrante em um vestido vermelho. O batom carmim combinava com a tonalidade da roupa. Seus cabelos se movimentavam como se movidos por uma força incomum. Seus olhos pareciam um profundo oceano que me convidava para um mergulho. Bom, se isto fosse um filme seria esta a descrição. Mas na verdade era uma mulher vestindo um pijama. Seu cabelo estava despenteado e seus olhos estavam inchados como se estivesse chorando por muito tempo. Disse que precisava da minha ajuda. Tentei convence-la de que já havia encerrado o expediente e que se ela quisesse poderia voltar amanhã. Mas ela me convenceu de sua urgência. Fazer o que. Não resisto aos encantos femininos. 
Ela me contou que um alien estava rondando sua casa já havia uma semana. Engoli a curiosidade de saber como ela teria visto o alien pois eles não andam dando bandeira por ai. Só mesmo o pessoal treinado poderia identificar um deles no meio dos humanos. E mais ainda. O que haveria na casa dela que atraísse a atenção de um alien. E terceiro, se ele queria mesmo invadir a casa, o que o impedia? Assim, mesmo achando que se tratava apenas de um mau entendido resolvi terminar logo aquele caso para aproveitar o que me resta da noite.  
Cheguei na casa e logo percebi algo interessante. Um campo de força. Do tipo que repele qualquer DNA que não seja humano. Ok. Aquilo já estava indo longe demais. Esta não é uma tecnologia que se encontra á venda na esquina ou em grupos de venda das redes sociais. Eu intimei a moça e a forcei á abrir o jogo. Ela me contou que é casada com um aleinigena, um ventusiano e que ele tinha alguns objetos de pesquisa. Ele foi convocado de volta á seu planeta natal para lutar em uma guerra civil e a deixou tomando conta dos equipamentos e objetos. Me contou que o seu marido mantinha tudo em segredo, então ninguém sabia o que havia ali e que o campo mantinha os aliens fora. Além disso ela tinha uma pequena pistola laser, que inclusive ela usou para afugentar o alien outro dia. De uns dias pra cá, ele começou a rondar a casa e ela ficou preocupada que ele conseguisse invadir de algum modo. Dei uma olhada no equipamento para ver se era tudo legalizado e estava ok. Apenas um objeto esférico estranho não tinha documentação. Perguntei o que era e ela disse que apenas achou jogado e resolveu trazer para o marido dar uma olhada. Ele não conseguiu identificar e acabou desistindo. E agora que ele partiu, o objeto esta jogado ali. Resolvi levar o objeto comigo, além da pistola claro.
Foi então que ouvi um barulho nos arredores da casa. Sair para investigar e vi um vulto cercando o local. Com meus óculos de identificação pude ver que se tratava de um bremuriano. Não tive duvidas, saquei uma arma e fui na direção dele o intimando a se render. Ao ver a arma ele fugiu em disparada. Corri atrás dele ( meus anos de Taekwondo me renderam uma boa resistência e agilidade) e tentei não perde-lo de vista. Na fuga ele escorregou e acabou caindo em um barranco. Fui até o local onde ele estava e vi que ele gritava de dor. Parecia ter quebrado a perna. Atento para caso se tratasse de algum truque me aproximei e perguntei o que ele queria na casa. Ele disse que estava atrás do objeto esférico. Era tipo um hd onde ele havia gravado varios livros, filmes e series que daria de presente para a namorada. Ele havia perdido á algum tempo e conseguiu localiza-lo dentro da casa. Tentou se aproximar mas tinha o campo de força. quando tentou conversar com a moça ela disparou nele que nem uma louca e ele teve que fugir. Ficou com receio de se aproximar da mulher de novo mas precisava recuperar o objeto de qualquer jeito ( namoradas são as mesmas em qualquer planeta ). Após conferir que ele estava dizendo a verdade e dar uma bronca na moça por ela usar armas sem treinamento dei o caso por encerrado. Pedi desculpas ao bremuniano e disse que ficaria devendo um favor á ele se ele esquecesse o caso ( não podia manchar minha ficha com este deslize). Ele disse que tinha algo que eu podia fazer. Quando ele me contou desejei nunca ter dito aquilo. 
Ele iria fazer parte em uma peça de teatro no planeta dele. E agora que estava com a perna quebrada, não poderia atuar mais. E caberia á mim tomar o lugar dele.
E assim que vim parar aqui. Numa peça de teatro, num planeta distante, interpretando um cara que vai ter seus miolos estourados. Vida de agente não é nada fácil.

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