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segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Era uma vez na cidade ( parte final ) - por Agente Eleven


- Não podemos tirar conclusões precipitadas. - disse Iara
- Ora essa. Mas esta claro agora que foi ele. - gritava o Saci - Ele ainda nos atraiu até aqui e se mandou.
- O que importa agora. Vamos acabar logo com isso.
- Ora essa Iara. Esta protegendo o Boto agora?
O Lobisomem então rosnou para o Saci mostrando que não estava gostando da situação. A discussão porém foi interrompida pelo barulho de algo ou alguém se aproximando.
- Ele chegou - disse a Cuca.
O grupo não teve tempo de reagir. Logo a criatura monstruosa saltava em cima deles dispersando-os. Sua aparência era indescritível. A Cuca começou a lançar feitiços na direção dele enquanto o Saci investia em sua forma de redemoinho. Mas a fera aguentava bem os golpes. Iara começou a disparar nele com sua arma porém sem resultados além de enfurece-lo mais. O Bicho Papão foi então na direção dela mas no trajeto foi impedido pelo Lobisomem que lançou suas garras no rosto da criatura que pela primeira vez parecia sentir o golpe.
Aproveitando o momento, O Saci e a Cuca atacaram novamente, desta vez, talvez por efeito do golpe do Lobisomem, o Bicho Papão cedeu um pouco aos ataques. O Lobisomem então iniciou uma série de golpes no monstro. Em um momento de furia, o Bicho Papão reage e com um unico ataque arremessa o Lobisomem para longe. Livre de seu oponente e cheio de raiva, a fera se volta para os outros, sendo o Saci, que estava mais próximo, seu primeiro alvo. Sem ter o que fazer o Saci se prepara pra levar aquele que pode ser o ultimo golpe que sentirá na vida. Mas um disparo se faz ouvir no ar e a fera tomba para trás. O Boto entra em cena com uma espingarda ainda soltando fumaça pelo cano. 
Recuperados da surpresa o grupo inicia outro ataque. A Cuca com seus feitiços, o Saci rodopiando e o Boto com sua espingarda. Mas quanto mais eles atacam, mais o monstro fica furioso e mais forte ele fica. Iara olha para toda aquela cena. Vê seus amigos lutando sem hesitar contra o Bicho Papão mas sem conseguir exito. Vê o Lobisomem ainda atordoado com o golpe tentando se levantar.
" Isso foi longe demais"
Começou á cantar. Logo sua doce voz se espalhou pelo salão. O Bicho Papão ficou paralisado, encantado pela voz. O mesmo se deu com o Saci e o Lobisomem. O Boto, que era imune ao canto, falou para a Cuca.
- Rápido, é a sua chance. Lance ele para dentro do portal e feche-o de vez. Ela não vai segura-lo por muito tempo.
A Cuca então abriu o portal.
- Não consigo manter o portal aberto e lançar o Bicho Papão dentro dele ao mesmo tempo.
Iara então, sem para de cantar se aproximou da criatura. O Boto a observava sem dizer nada. Proximo da fera, seus poderes eram mais efetivos e sob o encanto o Bicho Papão seguia hipnotizado em direção ao portal. Mas lutava contra o controle. Iara se esforçava para manter seus poderes sobre ele. Em um momento de hesitação, já proximo ao portal, o monstro se livra do feitiço e desfere um golpe contra a Iara. O Boto que estava preparado corre na direção da fera e lançando seu corpo sobre ela consegue empurra-la para dentro do portal. Sem demora a Cuca o fecha finalmente. Está feito.
O Lobisomem ainda se recuperando tanto do golpe quanto do feitiço de Iara se levanta e vai na direção de sua amada. Ela está no chão gravemente ferida. O Boto e a Cuca observam dando espaço para que o Lobisomem se aproxime dela. O Saci fica sem entender o que aconteceu. E agora que o Bicho Papão se foi, para ele nada mais importava. nada iria trazer seu amigo de volta. O Lobisomem se aproximou então de Iara e e a escutou dizer
- Me desculpa. 
- Não, você fez o que tinha de fazer para detê-lo. Estou orgulhoso de você. Vamos para casa e você vai se recuperar e podemos continuar a ser uma família. Agora o pior já passou.
- Eu...fomos mesmo felizes né...engravidei sem querer. Nos casamos e quando fui ver eu era uma dona de casa...uma mãe...uma esposa. Por um momento eu estava feliz mas...me cansei...não era o que eu queria pra mim. Precisava de mais...precisava de uma desculpa pra fugir daquilo...pra fugir de você. E voltar...voltar para onde eu não queria ter saído. Gostava de ser uma espiã e sentia falta...então...fiz o que achei...saiu do controle.
Diante de tais revelações o Lobisomem ficou chocado. Se sentiu traído. Estava furioso e triste ao mesmo tempo. O Saci não conseguia acreditar. Seu amigo foi morto por causa dos desejos egoístas de Iara. " Será que a morte dele estava nos planos? Será que elea estava disposta á sacrificar nós todos." O Boto e a Cuca continuavam sem esboçar reação nenhuma. Iara então sussurou
- Cuida da nossa filha. Dê a ela o que eu não quis dar. - fechou os olhos e se foi. O Lobisomem começou á uivar.
O Saci se aproximou do Boto.
- Você sabia?
- Eu estava pra me juntar á vocês quando vi a Cuca chegar. O que ela disse mudou minhas idéias. Talvez ela estivesse mentindo. Se não tivesse significava que tinha um traidor entre nós. Logo, imaginei que devia ser ela.
- E agora? - Perguntou o Saci. 
- Agora que está tudo terminado voltar aos nossos afazeres normais. 
Dias depois o Saci e o Boto estão conversando em um bar. 
- Como vão as coisas? 
- Estão indo bem. Ainda chocado com tudo que aconteceu mas vou indo em frente. O Lucas também. Esta cuidando da filha dele. Mas deve ser difícil pra ele alem de descobri que a esposa é uma traidora vê -la morrer desse jeito. 
- Mas não pense que terminou. Nem pra Iara nem pro Curupira. 
- Como assim? 
- Nós somos lendas. E lendas nunca morrem. 

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