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domingo, 29 de janeiro de 2017

MESSIAS

ATO I
ÁGATHA  AMA DESENHO

 É uma pena não poder falar com você pessoalmente agora, mas certamente você me adoraria, meu nome é Messias , meu sobrenome não é importante... Meu nome todo está sobre a mesa nos meus Documentos, espero que já tenha encontrado, ficará mais fácil pra você fazer aquilo que é sua função.
Sabe, eu adoro meu nome, MESSIAS, inspira confiança nas pessoas, pelo menos naqueles que tem um pouco de fé no coração. Não que eu seja cristão, isso é ocupação para mentes frágeis, mas o fato de produzir esperança em um desconhecido pra mim já basta.
Eu não sei por onde começar, então, vou começar pelo dia que a conheci. Lembro de cada detalhe.
 Ágatha, é o nome dela, a vi pela primeira vez em uma banca e jornal no centro da cidade. Eu estava lendo o jornal na banca, olhando as notícias esportivas como costumava fazer antes de comprar meu jornal. É tão difícil escolher um bom jornal hoje em dia não é mesmo? Todos pertencem a um tipo de cartel depravado que mais servem a burguesia política e midiática do que informar o povo.
Eu estava meio encurvado ajeitando os óculos quando senti um suave perfume doce, que vinha do meu lado esquerdo, então eu a percebi. Ela estava vestida com um vestido cheio de bolinhas no estilo vintage, estava com um “allstar” surrado de cano longo, uma pequena bolsa de couro nas costas, imensos fones na cabeça e óculos escuros encobrindo seus lindos olhos verdes. Seu cabelo era pintado de vermelho e tinha uma pequena mecha azul. Repentinamente ela diz:
  - oi! Me da um mangá do Naruto, o número 159, por favor. – ela sorriu depois de pedir demonstrando simpatia.
Eu logo respondi:
  -Desculpa, mas eu não sou o vendedor da banca. Também com um sorriso simpático.
O dono da banca a atendeu, e antes de ir ela perguntou se eu era o Júlio da faculdade. Eu respondi depressa:
  - Não! Meu nome é Messias, nem sei quem é esse Júlio e...  Antes de continuar ela estupefata exclama:
  - Nossa! Você desenha cara!  Que bem louco, adoro desenho, pena que eu não tenho o menor talento pra isso!
Ela tinha visto minha pasta com desenhos embaixo do braço, eu levava essa pasta para praça pra treinar ponto de fuga usando os prédios ao redor como referência.  A partir desse dia nos tornamos amigos e eu me apaixonei por ela com poucas semanas de conversa, nos falávamos bastante por mensagem, e ela sempre me dava um bom dia deixando uma carinha feliz depois do ponto final. Mas, amigo, você já sabe que essa história não é de amor, pelo contrário

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