ATO I
ÁGATHA AMA DESENHO
É uma pena não poder falar com você pessoalmente
agora, mas certamente você me adoraria, meu nome é Messias , meu sobrenome não
é importante... Meu nome todo está sobre a mesa nos meus Documentos, espero que
já tenha encontrado, ficará mais fácil pra você fazer aquilo que é sua função.
Sabe, eu adoro meu nome, MESSIAS,
inspira confiança nas pessoas, pelo menos naqueles que tem um pouco de fé no
coração. Não que eu seja cristão, isso é ocupação para mentes frágeis, mas o
fato de produzir esperança em um desconhecido pra mim já basta.
Eu não sei por onde começar,
então, vou começar pelo dia que a conheci. Lembro de cada detalhe.
Ágatha, é o nome dela, a vi pela primeira vez em uma banca e jornal no centro da cidade. Eu estava lendo o jornal na banca, olhando as notícias
esportivas como costumava fazer antes de comprar meu jornal. É tão difícil escolher
um bom jornal hoje em dia não é mesmo? Todos pertencem a um tipo de cartel
depravado que mais servem a burguesia política e midiática do que informar o
povo.
Eu estava meio encurvado
ajeitando os óculos quando senti um suave perfume doce, que vinha do meu lado
esquerdo, então eu a percebi. Ela estava vestida com um vestido cheio de
bolinhas no estilo vintage, estava com um “allstar” surrado de cano longo, uma
pequena bolsa de couro nas costas, imensos fones na cabeça e óculos escuros encobrindo
seus lindos olhos verdes. Seu cabelo era pintado de vermelho e tinha uma
pequena mecha azul. Repentinamente ela diz:
- oi! Me
da um mangá do Naruto, o número 159, por favor. – ela sorriu depois de pedir
demonstrando simpatia.
Eu logo respondi:
-Desculpa,
mas eu não sou o vendedor da banca. Também com um sorriso simpático.
O dono da banca a atendeu, e
antes de ir ela perguntou se eu era o Júlio da faculdade. Eu respondi depressa:
- Não! Meu
nome é Messias, nem sei quem é esse Júlio e...
Antes de continuar ela estupefata exclama:
- Nossa!
Você desenha cara! Que bem louco, adoro
desenho, pena que eu não tenho o menor talento pra isso!
Ela tinha visto minha pasta com desenhos embaixo
do braço, eu levava essa pasta para praça pra treinar ponto de fuga usando os prédios
ao redor como referência. A partir desse
dia nos tornamos amigos e eu me apaixonei por ela com poucas semanas de conversa,
nos falávamos bastante por mensagem, e ela sempre me dava um bom dia deixando
uma carinha feliz depois do ponto final. Mas, amigo, você já sabe que essa
história não é de amor, pelo contrário
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