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segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

MESSIAS#2

ATO II

CORAÇÃO CONTAMINADO


Histórias de amor vem há muito tempo destruindo vidas, construindo sonhos infantis que jamais se realizarão, desde sempre elas foram um desserviço para humanidade, mas, algo tão necessário quanto o álcool ou o cigarro.  E eu era mais uma vítima das histórias de amor, elas me influenciaram a fazer o que eu fiz e ter o mesmo  fim de Othello.
Ontem de manhã, recebi uma mensagem de Ághata que dizia o seguinte:
 - Messias, preciso te ver =(
Quando ela enviava uma mensagem com uma carinha triste no final significava que ela estava triste, e queria conversar. Rapidamente fui até o metrô Liberdade Para encontrá-la, esse era nosso local de encontro como de costume, foi numa banca de jornal próxima a igreja paróquia de São Gonçalo que a conheci. Quando eu a encontrei ela estava com uma expressão meio triste, mas quando me viu, logo sorriu. Depois de um pouco de conversão eu perguntei o motivo da tristeza e ela logo respondeu com um ar desconfiado.
 - Não sei  como dizer isso, mas eu só queria falar com você, sabe? Eu te conheço só há quatro meses e parecem anos então lá vai.
Antes de ela falar ela arrumou a franja atrás da orelha e deu um lindo sorriso que fazia pequenas covinhas nas suas bochechas.
  - É que eu to gostando de um cara, mas não sei se é certo sabe? Eu falo com ele todo dia, mas ele nem percebe que eu to afim dele, e eu não quero estragar a amizade. Hoje mesmo eu enviei suas mensagens pra ele pra puxar conversa e ele nem visualizou.
Quando ela falou isso uma mistura de ódio e tristeza tomou meu coração, ela estava gostando de um cara, e minhas esperanças e delírios de rapaz apaixonado foram sufocados naquele instante. Mas eu disfarcei bem, passei por aquilo tantas vezes que já estava acostumado.  Eu não conseguia pensar m mais nada até que ela me chama a atenção abruptamente:
   - Messias! Oh! To falando com você! Que eu faço amigo com esse dilema?
   - Ué vai e fala com o cara e vê no que dá, arrisque um pouco na vida. Só se vive uma vez. Você sabe né?
   - ta vou pensar no seu conselho clichê! – ela deu um sorriso quando disse isso e ajeitou os cabelos enquanto nós caminhávamos meio sem destino na calçada.
   -Agora vamo lá no parque Siqueira Campos e depois procurar alguma bobeira pra comer. Não quero mais falar sobre isso. Vamos só zuar por aí..
E foi o que fizemos, falamos mal dos animes, falamos bem, concordamos em muitas coisas, e discordamos de outros, enchemos a cara de bobeira e passamos o dia vadiando. Foi perfeito.
Por volta das onze horas nos despedimos e eu voltei para casa eram só três estações, mas foi a viagem mais longa que eu tinha feito. Eu estava chateado e meio revoltado com a vida e minha sina de sofrer por mulher, achava isso constrangedor e vergonhoso para um cara de 25 anos.
Mas quando desci na minha estação recebi uma mensagem que mudaria meu destino e o de Ághata para sempre. Foram duas na verdade, a primeira dizia o seguinte:
“oi bom dia, quero te ver s2” essa foi enviada as 8h20 e a segunda mensagem dizia:” não quer falar comigo hoje, ta com raiva por causa de ontem? =(” essa foi enviada as 10h17 da manhã
Então eu me lembrei da nossa conversa mais cedo e cheguei a uma conclusão que me deu uma explosão de alegria e euforia ao mesmo tempo. Ela me disse que o cara não respondeu a mensagem, e eu não respondi as mensagens. Porque simplesmente não tinha ligado o wi-fi de casa. Só vi o torpedo que ela me mandou às 11h00 porque eu estava na rua e senti o celular vibrando no bolso. Muitos pensamentos de esperança e delirantes esquadrinharam minha mente, eu senti uma vontade incontrolável de voltar e encontrar ela na mesma hora e me declarar para ela. Mas estava tarde, vinha uma forte chuva então deixei para hoje de manhã.
Quando eu cheguei em casa, a chuva estava forte, com raios iluminando meu apartamento com clarões espetaculares. Eu deitado na minha cama não conseguia dormir. Via visivelmente o rosto dela na minha frente, e ouvia sua voz e seu sorriso. Eu estava delirando, e estava com o coração contaminado pelos romances e histórias de amor que ouvi desde a minha infância.


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