Não havia quase nada naquele aposento . Um janela que
permanecia fechada, uma cadeira e no meio do salão o objeto mais notável. Um
caixão de vidro. Roselyn estava ao lado do caixão observando quem estava dentro dele.
- Quanto falta eu sinto de você. Minha vontade é deitar ai
ao seu lado. Por que você me deixou? Você
prometeu que voltaria para mim e eu acreditei. Acreditei, mas te vi escorrendo
de meus braços.
E ela ficava ali como que se esperasse uma resposta.
Continuou observando e teria ficado ali por mais tempo se não tivesse sido interrompida
pelo barulho de alguém batendo na porta. Deveria ser importante pois seus
criados sabiam que ela não gostava de ser incomodada quando estava ali dentro.
- Um momento –gritou
Deu uma ultima olhada para o caixão. A moça continuava lá da
maneira que estava desde que foi colocada lá. Seu corpo não se deteriorou e nem
envelheceu. Continuava bela como sempre fora. Roselyn se despediu com um beijo
na tampa do caixão e se dirigiu á porta. Ao abri-la deu de cara com seu Rubens,
seu mordomo.
- O que deseja Rubens?
- Desculpe-me o incomodo minha Senhora mas Mr. Hogan esta ai
para ve-la
- Mr Hogan? Pois bem, diga á ele que eu o espero na biblioteca.
- Sim Madame.
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Mr. Hogan entrou na biblioteca. Já estivera ali antes. A
estante de livros empoeirados. O bar com as as mais variadas bebidas e a mesa cheia d papeis com anotações. E, assim como das outras vezes, haviam os corvos. Vários deles.
Entravam e saiam pela janela que ficava atrás da mesa. Alguns pousavam sobre
ela, outros sobre a estante, alguns no bar e ainda outros pousavam pelo chão.
Ele nunca gostou disso. Achava aquilo repugnante. E sentada em uma cadeira
atras da mesa estava Roselyn. Com seu ar de superioridade que constrangia quem
olhasse para ela. E mesmo depois de alguns encontros, Mr. Hogan ainda não
estava acostumado. La estava ela, com seu sorriso malicioso que junto com a
presença dos corvos, dava um ar assustador ao ambiente.
- Ola Mr. Hogan
- Ola
Roselyn.
- Á que devo a honra de sua visita? Espero que traga
noticias.
- Infelizmente ainda não consegui localizar o item que me
pediu.
A expressão de Roselyn se alterou. Seu rosto agora estava
fechado e seu olhar parecia arder em chamas.
- Não preciso que venha até mim relatar seu fracasso.
- Você tem que entender. O que me pediu não é fácil. Não se
vê um desses á venda no mercado.
Roselyn se tornava cada vez mais fria. Mr. Hogan então
continuou.
- Bom, na verdade encontrei uma pessoa. Ele é bom. Falou que
pode realizar uma busca. Mas vou precisar de dinheiro.
- Acho que já lhe dei dinheiro o bastante para tão pouco
retorno.
- Entenda minha cara, essas coisas são difíceis de se conseguir
mas se me der mais tempo...
- Seu tempo acabou Mr. Rubens
- Como assim?
- É isso mesmo que entendeu. Esta dispensado
- Mas foi você mesmo quem disse que faria de tudo.
- Sim, mas fazer tudo buscando um objetivo é diferente de
gastar meus recursos em vão. Agora pode se retirar.
- Não pode fazer isso comigo.
- Foi um prazer Mr. Hogan.
Mr. Hogan então se levanta e apoiando os braços na mesa inclina-se na direção de Roselyn e começa a esbravejar:
- Não pode me dispensar como um cachorro depois de tudo que
eu fiz! Eu sei o que você faz aqui! Sei das suas atividades deploráveis! E
conheço muita gente que não ficaria nada contente com isso!
- Por acaso esta me ameaçando?
- Apenas estou colocando as cartas na mesa. Não aceitarei
ser descartado.
Roselyn permaneceu calada olhando para Mr. Hogan. Ele então
se levanta e se prepara para retirar retira
- Isto não ficará assim Roselyn.
Ao se virar ele se depara com um bando de corvos bloqueando
a passagem da porta.
- Criaturas miseráveis.
Mr. Hogan repara então que em toda a sala há mais corvos do
que tinha quando ele entrou. Não estão mais saindo e entrando pela janela.
Estão todos olhando fixamente para ele.Com um frio subindo pela espinha ele
olha para Roselyn. Ela permanece com a expressão inalterada, parecendo os
próprios corvos encarando Mr. Hogan. Então aquele sorriso malicioso surge em
seu rosto. Neste instante os corvos avançam sobre o homem que mal tem tempo de
reagir. Infinitas bicadas atingem seu corpo. Ele grita enquanto eles beliscam e
arrancam pedaços de sua carne. Logo não se pode mais ver o homem no meio de
tantas aves negras. Os gritos se tornam mais estridentes até que finalmente
cessam.
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Roselyn esta novamente ao lado do caixão de vidro. Suas mãos
deslizam sobre a superfície fria enquanto ela observa a moça que parece
absorvida num sono tranquilo, como se pudesse acordar á qualquer momento.
- Ó minha querida. Sei que pode me ouvir. Sei que enquanto
falo suavemente pode se lembrar de mim. Estaremos juntas novamente um dia. Eu
irei achar um jeito de te trazer de volta. Eu prometo minha irmã.
Daora esse conto. Me lembro bastante um livro que tô lendo. Aquele que o Wellington passo pra mim. Branca dos mortos e os sete zumbis. Mano vc divia ler. Seu conto ta daora. Um suspense interessante. Lendo tive a mesma sensação que tenho quando leio Edgar Allan Paul. Lógico q a gente ainda tem que caminhar muito pra chegar no nível dele kkkkk mas acho que tu ta no caminho rsrs parabéns.
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