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domingo, 19 de junho de 2016

"SERVANTO" por Jony Pereira

“SERVANTO” 

 Saulo estava em seu quarto pensando no que tinha acontecido uma semana antes. 
Ele viu algo que o deixou muito curioso no casarão antigo. Enquanto estava pensando, 
lembrou-se de um detalhe. Foi procurar na internet e em seus livros alguns brasões de 
família. Saulo sempre teve muita vontade de entrar no casarão que ficava no bairro vizinho 
ao dele. Essa construção datava de antes da primeira guerra. Já era considerado um 
patrimônio histórico da cidade, parecia um castelo e como de costume, onde tem uma casa 
antiga, abandonada e grande, também tem as famosas lendas urbanas que assustam muitos 
que passam em frente ou mesmo perto dela. Boa parte das pessoas que moram perto 
desses tipos de patrimônios, sempre tem histórias para contar sobre coisas estranhas que 
acontecem dentro dele ou nos arredores. Saulo, no entanto, não acreditava nessas histórias, 
por mais que gostasse e lesse muitos livros de ficção e fantasia. Para ele não passava de 
contos interessantes que lhe estimulavam a criatividade e a imaginação.  
 Mas este seu pensamento começou a mudar quando num certo dia, depois de sair da 
escola, ele e seu amigo Fred passaram em frente ao casarão e viram que o portão estava 
meio aberto. Saulo não podia perder esta oportunidade, ele sempre quis conhecer o 
patrimônio histórico da sua cidade por dentro, queria ter essa experiência. Ele nunca teve 
medo dessas histórias e não ia começar agora. Já Fred era totalmente ao contrario, tinha 
muito medo, mas sua curiosidade não o deixou ir embora. Acabou entrando junto com 
Saulo.  
 Eles ainda não tinham percebido como o casarão era bonito. Por mais abandonado 
que estivesse ainda tinha um ar majestoso. Tinha uma pequena escada para entrar no hall 
da casa e de cada lado havia uma estatua de um soldado segurando um escudo com um 
brasão que Saulo já tinha visto antes em algum lugar, mas não lembrava onde. A porta era 
de uma madeira muito boa, bem resistente e toda trabalhada com desenhos diferentes, mas 
que dava um toque sutil de beleza no hall. Tudo isso era muito impressionante para os dois 
porque do lado de fora não dava para ver, pois a prefeitura da cidade, já há um tempo, tinha 
fechado a frente do patrimônio com madeiras para fazer uma pequena reforma para 
preservação do mesmo. 
 A visão frontal do casarão deixou Saulo e Fred com mais curiosidade para entrar e ver 
como era dentro. Eles estavam subindo os degraus da escada, já estavam quase na porta 
quando um funcionário responsável pela reforma não permitiu que eles continuassem: 
 - O que vocês estão fazendo aqui? Não está permitida a entrada de ninguém até que 
a reforma esteja terminada. Vamos voltar ao trabalho, vocês tem que sair agora. 
 - Desculpa senhor, a gente não sabia. – disse Saulo. 
 - Tudo bem. Saiam logo, é perigoso vocês ficarem aqui. – disse o funcionário indo 
para o quintal dos fundos. 
 Saulo estava saindo quando viu Fred estático olhando para cima em direção à janela 
da esquerda do andar superior do casarão. Ele também olhou e viu o que parecia ser uma 
pessoa acenando para os dois, mas observando bem era uma criatura muito estranha para 
ser uma pessoa. Não deu tempo de discernir o que era realmente porque o funcionário 
voltou e os tirou de lá de dentro e fechou o portão. Como era de se esperar, o medo 
dominou Fred, ele não deu uma palavra no caminho até sua casa. Já Saulo ficou pensativo, 
aquela visão o deixou muito curioso e com vontade de saber mais sobre aquela casa, aquela 
criatura e o brasão que viu nos escudos das estatuas. Foi essa situação que o deixou 
pensativo e o fez pesquisar alguma coisa que o ajudasse a entender aquilo.  
 Enquanto estava pesquisando, seu celular tocou e era Fred: 
 - E ai Fred, você ta melhor? 
 - Mais ou menos, ainda to me recuperando. Você sabe que eu tenho muito medo 
dessas coisas. Mas enfim. Eu to te ligando pra falar que eu achei uma coisa muito 
interessante naquele livro que a gente comprou, o ultimo livro da saga da família Migs. 
 - O que tem ele? - disse Saulo. 
 - Da uma olhada na pagina 151. 
 - Só um minuto – respondeu Saulo. 
 Ele foi até sua estante, pegou o livro, abriu na pagina 151 e lá estava o brasão da 
família Migs que era o mesmo que ele viu nas estatuas do casarão. Essa saga era uma ficção 
que se passava na idade média, onde pessoas se misturam com criaturas mágicas. Era só 
mais uma historia de fantasia no meio de tantas outras, mas que era considerado um 
clássico dos romances deste tipo de história. 
 Em um primeiro momento Saulo achou estranho que um brasão fictício existisse tão 
perto de sua casa. Mas depois, pensando bem, o autor do livro poderia ter visto ele em 
alguma ocasião, gostado e acabou usando no livro. Em suas pesquisas, no entanto, não 
achou nada sobre esse brasão a não ser que era da família Migs, ou seja, era somente ficção. 
Saulo pegou o celular e falou com Fred: 
 - Isso é muito estranho, mas também empolgante. Fiquei mais curioso, acho que vou 
voltar lá. 
 - Você ta louco? Você vai ter coragem de ir lá sozinho? – respondeu Fred. 
 - Mas eu não vou sozinho, você vai comigo. – disse Saulo. 
 - Eu não vou de jeito nenhum. Ainda nem me recuperei da semana passada. Você 
acha que vou voltar lá? 
 - Acho. – disse Saulo num tom debochado. 
 - Olha, até vou com você, mas não vou ficar lá muito tempo. Também to curioso, mas 
dessa vez prefiro não arriscar muito – respondeu Fred – que dia a gente vai? 
 - Amanha de manha. Ninguém trabalha lá, vai estar vazio, a não ser por aquilo que a 
gente viu. – disse Saulo  
 - Já to me arrependendo disso, mas vamos lá sim. Até amanha. – disse Fred antes de 
desligar.  
CONTINUA...

4 comentários:

  1. Aeeee ��
    Ansiosa pro próximo capítulo ^^,

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  2. Gostei da narrativa. Estou empolgado para o próximo capitulo tanto quanto o Saulo para desvendar os segredos do casarão. =]

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  3. Vlw gente
    O conto ja ta terminado mas como ficou um pouco grande eu to postando em partes.
    Acho que nessa semana vou postar mais uma parte.
    Agradeço pelos comentários

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  4. Queria ter feito a ilustração... T.T

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