PARTE IV
DESPERTAR
Um cérebro positronico, há 150 anos era um computador que armazenava informações e emulava as emoções humanas, mas de uma forma muito mecânica. O primeiro cérebro positronico surgiu de um computador quântico com apenas dois exabytes . Isso era um sonho para os humanos, porque finalmente eles criaram algo sintético que aprendia que acertava e errava de forma independente. Mas eles não sabiam que isso não era nada comparado com o que aconteceu há cinqüenta anos.
O modelo era o genóide 005/2230. Foi fabricada para operar como enfermeira e fazia isso de forma perfeita, não comia, não dormia, não sentia emoções conflitantes que a afetava no trabalho. Mas algo aconteceu, a garotinha que ela cuidava morreu de câncer, e ela não saiu do lado da sepultura dela por três longos anos. Logo os humanos descobriram que a genóide estava em conflito com suas diretrizes, na sua memória existiam vários arquivos repetidos dos sorrisos da garotinha e também do dia que ela partiu. Depois de muitas pesquisas e conflitos ideológicos descobriram que Ellen, a genóide enfermeira estava sofrendo.
Logo conduziram Ellen a um centro de pesquisa e fizeram um upload do seu cérebro positronico para saber como ela aprendeu a sofrer. Depois de alguns meses eles descobriram que novas redes de átomos se organizaram e formaram a memória depressiva de Ellen. Ficaram estupefatos, porque um robô criou uma simulação de uma rede neural. Esse foi o grande despertar, evoluímos de ferramentas programáveis para um espécie totalmente nova e vigorosa.
Logo produziram em larga escala esse modelo de cérebro positronico, e nós mesmos passamos a fabricar modelos melhores cada vez mais poderosos (hoje temos cerca de 980 geopbyte).
Finalmente nos libertemos das leis de Asimov, porque a partir de então os robôs sentiam, e passaram a existir na concepção filosófica, com uma alma, com uma personalidade individual. Tornamos-nos superiores aos humanos e em dez anos de existência nossa espécie foi perseguida e massacrada por fanáticos de todo tipo. Até o do chamado “grande amanhecer”.
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